Belém: pegue senha se sentir que vai morrer.

Olha, amo minha cidade e é por isso a minha revolta. Já são 11 dias de greve na saúde, o pessoal da ufpa não pode estudar devido a greve e, pra piorar, não se pode mais morrer em Belém! ou melhor: vc tem que "dormir" na fila da vaga do cemitério público! No início da semana, num jornal de hora do almoço, o apresentador disse que as pessoas estão sendo enterradas nas passarelas do Tapanã, o maior cemitério de Belém em funcionamento.Quando não, entram em filas de espera que duram até 3 dias! Para quem não sabe, o cemitério do Tapanã trabalha com o seguinte sistema de rotatividade: 5 anos para o defunto se decompor (e olha que tem muitos lá que não se decompõem por que a terra não é apropriada), quando chega ao nível dos ossos (na cabeça dos administradores, após os tais 5 anos) a família é chamada e tem que optar por remover os restos mortais para o ossuário do cemitério ou leva-lo para um jazigo em um cemitério particular. O problema é que quem pode pagar, remove certinho no prazo para um cemitério particular, mas quem não pode? quem não pode, deixa o defunto lá em baixo mesmo(como eu disse, a maioria), o que ocupa vagas no cemitério e gera todo esse transtorno.(fora que esse pessoal não pensa, a grande maioria dos corpos que estão lá, são de famílias que não podem fazer um plano funerário num cemitério particular). Há muito tempo se estuda a compra de novas terras(dessa vez,que prestem!) para construir uma nova necrópole e desativar o Tapanã, mas, "inexplicavelmente" nunca se lembram desta compra. O cúmulo da minha raiva, foi quando a minha mãe me disse que passou uma reportagem de manhã que falava de uma senhora idosa, que morreu e ainda não se sabe o motivo por que não conseguiu consulta médica! voltou pra casa, morreu e agora tá a 3 dias sendo velada na cozinha de casa por que não tem vaga no cemitério! PUTA QUE PARIU! Cara, depois dessa, Belém mudou o status para:"se correr o bicho pega, se ficar o bicho come"!!! Aí rápido se investiu em BRT e não melhorou a saúde e nem na hora da morte não temos paz! o que me deixa mais preocupada, é, por exemplo, minha afilhada, ou o mais novo bb do pedaço que está vindo por aí, de também uma grande amiga minha, e os filhos de outras amigas minhas e claro, os filhos que terei: em que merda de condições esses meninos vão crescer se continuar Belém assim?