Uma pequena resenha sobre esse filme que é uma adaptação do romance de Victor Hugo a partir de um musical da Broadway. Sim, tem revelações da trama.
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O Começo do filme |
Confesso que musicais não são meu estilo de filme favorito, porém esta obra me surpreendeu e muito. Ouso dizer que a abertura foi melhor e mais impactante que a do Hobbit, Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel e Star War: Uma Nova Esperança. Digo isso que tanto a interpretação dos atores e os efeitos especiais com o áudio foram soberbos!
A história gira em torno de Jean Valjean( Hugh Jackman) , que ficou preso cinco anos por ter roubado um pão pára entregar seu sobrinho e mais catorze por tentativas de fuga, e o Oficial Javert (Russel Crowell) que tem uma verdadeira fascinação em cumprir seu dever e prender Jean.
O tempo passa e Jean consegue se estabelecer, e se torna até prefeito de uma cidade longe de Páris e lá tem entre seus empregados Fantine (Anne Hathaway) que é assediada pelo contramestre da fábrica de Jean até que é demitida por este e vai se degradando, de vender os cabelos,os dentes e por fim o corpo.
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Fantine |
Durante essa ação Javert é transferido para ser o braço da lei nesta cidade, e ao ver Jean salvar um homem que estava debaixo de uma carroça desconfia de Jean, devido a sua força. E até emite um alerta dizendo que o prisioneiro desaparecido nº 24601, só que a Justiça diz que não, e que vão julgar o mesmo nessa semana. com isso Jean tem uma crise de consciência, por ter que deixar um desconhecido ser julgado e condenado em seu lugar. Só que ele invade o Tribunal e diz que ele é o fugitivo, só que ninguém acredita no Tribunal. Apenas Javert.
Voltando a Fantine, ela antes de morrer, pede que Jean cuide de sua filha Cossete. Destaque para a interpretação que faz antes de morrer. Anne Hathaway foi de uma atuação visceral, única. Torço por ela no Oscar. Após falecer, Jean assume essa missão, mas não sem antes ser interpelado por Javert que descobre a verdade.
Após a fuga ele encontra Cossete na floresta e quem cuida dela, o Sr. e a Sra. Thénardier, interpretados por Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter. Fico me perguntando se eles poderiam ter encontrados melhores atores para estes papéis, em especial a Helena por sua coletânea de personagens extravagantes e bizarros. Foi a parte leve e engraçada do filme.
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Sr. e a Sra. Thénardier e a pequena Cossete |
Passado mais nove anos, Jean e Cossete estão em Páris, e Javert também. Inclusive como novo chefe da polícia francesa. Mas conseguem viver bem e a salvo de seu perseguidor. Acontece que Cossete já não é mais uma criança, e sim uma jovem mulher que se apaixona pelo jovem e revolucionário Marius (seria uma prévia da Comuna de Páris?) e que também corresponde, porém não consegue consumir este amor com um beijo.
Há também a Éponine, filha dos Thénardier, que também ama Marius, mas não é correspondida, mas o que chama a atenção nela é sua cintura, que é muito fina, como se fosse dois punhos de encontro um com o outro. Ainda mais que seu rosto é fofo, com covinha, que lembra até a a Dira Paes.
Por fim, há a mortes dos amotinados na barricada, em que mesmo em menor número e com armamento menor conseguem dar um grande numero de baixas na polícia, Marius é salvo por Jean. O encontro final entre Jean e Javert, o suicido de Javert , o casório de Marius com Cossete a morte e redenção de Jean.
Considerações:
1 - A fonética do som do nome francês Javert é a mesma que Javé (Iavé para os hebreus e latinos) para, e Jean é o nosso João. interessantes que alguns estudiosos já falaram e escreveram sobre as diferenças entre o Deus do Antigo e do Novo Testamento, principalmente no que se diz no cumprimento da Lei(no caso a Mosaica presente no Pentateuco). Será que Victor Hugo quis fazer uma alegoria sobre isso? Para mim sim, ainda mais que o evangelho de João se baseia na dependência do homem em Deus e sua compaixão para a salvação;
2 - Quem trabalha sobre Direitos Humanos, pode muito bem pegar o início do filme, pois como em Foucault, Victor Hugo dá um panorama de como era a vida dos prisioneiros na França do século XIX;
3 - A Liberdade Condicional dada a Jean muito me lembrou a prisão do Bane, em que se dava só um pouco de esperança. imagine você receber sua carteira de trabalho ou RG e lá estiver inscrito que você é muito perigoso. Não seria melhor continuar preso?
4 - A piedade mostrada pelo Monsenhor ao acolher Jean e não o denunciar por roubo da prataria, e ainda entregar mais material para que Jean possa reconstruir sua vida;
5 - Sendo um dos representantes da 3ª fase do Romantismo, Victor Hugo carregou bem nas cores do amor, seja com Fantine ou com o casal Cossete e Marius. Seria o autor católico ou Deísta? Não que isso aumente ou diminua a obra, apenas curiosidade;
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O Autor Victor Hugo |
6 - Esse filme prova mais uma vez que o cinema nos inspira e nos faz aprender mais sobre a vida. Além de ter comprado os livros, pensei em utilizar-los para meu mestrado. Só não sei que linha e onde: seria Hermenêutica em Ciências da Religião? Sociologia? Letras? aceito sugestões;
7 - Torço muito por este filme no Oscar. no Globo de Ouro Anne Hathaway ganhou a premiação, e espero que repita o feito junto com filme, ator principal(apesar que não gostei da voz do Hugh Jackman) e coadjuvante e direção. Tenho para mim que este é o melhor filme de 2013, apesar de estarmos no começo do ano;
8 - Lamento, que tenha tão pouco público, na sessão que fui com minha noiva deu só uns 20-30 espectadores, mas pelo menos metade(eu no meio) esteve com olhos marejados após a sessão.
NOTA: 10,0, com louvor!
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