Olá amores,
Depois de ler cerca de 90% de idiotices(de pessoas contra ou a favor do aborto) e apenas 10% de algo aproveitável durante este dia, decidi expor minha opinião acerca da votação realizada hoje no supremo tribunal federal sobre a legalização do aborto quando o bebê é anencéfalo, anomalia que se caracteriza pela má formação do tubo neural no feto e, até hoje, não se descobriu como reverter essa situação. só existem dois casos de vida longa após o parto, o da menina Marcela, que viveu 20 meses após o parto e Vitória, que completou 2 anos este ano, e come, engatinha e esboça sorrisos. geralmente, acho que em 99% dos casos, o bebê morre logo ao nascer, com mais sorte vive até um mês. No caso delas, é um milagre.
Bem, defendo a vida, mas não a três porradas. Não concordo com o aborto feito por mães que não se previnem e abortam simplesmente como controle da natalidade. Desconhecimento? pode ser, por isso defendo políticas publicas de planejamento familiar, aulas sobre o uso de métodos contraceptivos e o estímulo do diálogo dos pais com seus filhos sobre sexo(e sobre drogas também e por que não sobre o futuro?por que é visando um futuro que criamos consciencia do que realmente faz bem a nós).
eu, por exemplo, tomo anticoncepcional desde o início da minha vida sexual por um puro e simples ato de amor: não posso ter filhos sem estrutura nenhuma. pra mim amar é dar condições para meus filhos terem como viver com dignidade, com direito a uma casa, roupas, saúde, educação, lazer, tudo que uma criança precisa pra ser feliz e que eu não tenho agora. Amor eu tenho de sobra, mas o amor não sustenta. O amor nos dá forças para buscar essas maravilhas para nossos futuros filhos. Acho ainda que o casal mais miserável e/ou burro do mundo já se tocou que sexo gera filhos, é radical o que vou dizer, mas, se não tem como criar, não os faça sem proteção e se os fizer, não os aborte por que eles não merecem pagar pelo erro de vocês.
Ainda defendendo a vida, apoio que gestantes tenham a livre escolha de abortar ou não fetos que sejam frutos de estupro. São literalmente filhos de uma violência. Um filho é amor, não algo imposto por uma circunstancia cruel que a gestante sofreu. Não usarei a palavra mãe pois só é mãe quem decide pela vida do feto, carregar um filho o útero qualquer uma pode, basta ser fértil, mas ser mãe, é algo de poucas e que valorizo.
No caso dos fetos anencéfalos, penso que a mãe também deve ter a livre escolha do que fazer. Questões religiosas e/ou morais não cabe a ninguém julgar, logo, nenhum grupo religioso deveria se meter. Suas seguidoras optariam pela escolha que ela quisessem, seja por vontade da religião ou pela vontade pessoal. Penso que deve ser traumático sustentar uma gravidez que não gera uma vida, mas sim uma semi-vida. Quando um casal deseja filhos, é pra cuidar, viver, perpetuar sua vida, afinal os filhos são a vitória da vida sobre a morte. Agora não é vitória sustentar uma semi-vida contra a vontade, por leis que criminalizam o aborto em casos de anencefalia. Quero deixar bem claro que essa é a minha opinião, quem deseja continuar a gravidez mesmo com esse diagnóstico, é problema da mãe, jamais meu. Fora que o termo "criminalizar" a vontade dos outros é muito forte para uma questão delicada dessa.
Penso que sustentar uma gravidez em que o feto não vai viver é cruel com o feto e com a gestante, que ficará com sequelas provocadas pelas expectativas não realizadas sobre a vida que não permanecerá.
Discordo também da obrigatoriedade do aborto em casos de anencefalia, como foi dito por algumas pessoas do twitter hoje. Eu defendo a liberdade de escolha nestes casos.
Também não gostei de saber que a mulher, em hipótese nenhuma pode abortar pois é uma vida...(falas de grupos religiosos). Neste ponto acho que essas duas opiniões revelam facetas altamente cruéis com as gestantes.
Preciso dizer que também não acho válido falas tipo: "hoje anencéfalos, amanhã downs, depois qualquer anomalia, por menor que seja" ai meu Deus! Tem que ser um povo muito idiota pra deixar isso acontecer! Isso é exagero sem medida! Ridículo!
Liberdade de escolha se quer o aborto ou não, mas só em casos de risco de morte da mãe, fetos anencéfalos e gestação gerada por estupro. Jamais como simples controle de natalidade.
e a votação está em 5 x 1 a favor.
beijos.
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