domingo, 10 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE 2




Bem, para aqueles que ainda não viram o novo filme do Capitão Nascimento, melhor parar por aqui, pois tem SPOILER PORRA!


O filme se inicia com cenas do 1º, com destaque para a cena da 12 na mão do Matias. Dai pra frente segue um clima tenso em que se passa por muitas mortes. Algumas sentidas outras não. Se no primeiro filme o diretor foi(e ainda é) taxado de direitista/fascista, agora ele deu vazão a questões de Esquerda/humanitárias personificado em Fraga, interpretado por Irandhir Santos. Há realmente muita semelhanças com a nossa realidade, a começar pelas rebeliões de peninteciarias, em que acontece uma no filme em que o Matias desobedece o Nascimento e gera uma série de problemas para ele mesmo e para o agora Coronel. Isso faz com que o Nascimento seja retirado do comando do BOPE e venha a exercer o papel de subsecretario já que se teve um carnificina na penitenciaria, só que o Governo não queria ser visto como surdo aos apelos dos Direitos Humanos, mas a grande maioria da população ver Nascimento como Herói, e por isso ele não poderia ser sancionado com um julgamento e expulsão.


A participação do Seu Jorge(é isso ai...) é marcante, seu personagem tem um grande Q de Fernandinho Beira-Mar, e até quando se fala do gabinete do governador que a morte dele seria um alivio para todos. Mas o Governador não quer sujar suas mãos, por isso chama o Fraga, que de lá sai toda a espinha dorsal do filme.


Por incrivel que pareça, há cenas cômicas(muitos risos no cinema): a 1ª quando se descobre que o Fraga é o marido da Ex do Nascimento, depois quando Nascimento fala para seu filho que moça que ele defendeu da acusação de tráfico de drogas e corrupção de menores "ela deve ser muito gostosa." Mas o que mais tem cenas de leveza na tela é o Fortunato, personagem de André Mattos(meu querido), das quais eu separo a da dancinha.Ele parece um mix de Joaquim Campos, Anaice e Valdo Sousa.


O que mais chama a atenção é como o Matias mesmo vendo a possivel corrupção que estava se envolvendo, não cai na lábia do Major Rocha e por isso acaba morto com um tiro nas costas. Por falar em nele, Major Rocha, a questão das milicias é bem abordado com a lógica do fim do tráfico os corruptos tiveram que conseguir outra forma de renda, sem contar que como essa renda vinda das milicias podem ser utilizadas pelo governo, e o governo (ou parte dele para que alguns não se sintam ofendidos) cai na lábia e cede lugares para que as milicias atuem.


Há ainda aquestão da comunicação, que no caso os jornalistas mortos pela milicia,talvez em uma referência a Tim Lopes.


O José Padilha soube prender bem o espectador, dando a impressão que personagem principal morreria, coisa que não há, porém faz com que ele tenha ajuda e elimine já alguns, além de mostrar que sabe lidar com alguns problemas. Logo de inicio ele passa uma fala para o Nascimento em que rebate a acusação de fascista, no fim o Coronel não sabe responder porque e por quem ele matou tantos, (fazer com que o Nascimento combata sem armas,falando),numa clara alusão de que realmente o problema não é de quem tem pouca renda, mas sim daqueles que deveriam melhor distribui-las. A cena sobre Brasilia foi ótima e a citação a ficha limpa perfeita.


Vilões foram presos ou mortos, pode ser chocante a queima de arquivo,mas alguns permanecem vivos e na politica fazendo com que o sistema continue.


Não acredito que haverá um terceiro, a não ser que se mude o foco. O filme é o melhor que vi até agora em 2010, e o final com o filho do nascimento voltando a si para mim é sinal de esperança, de que apesar dos pesares pode-se melhora este país.

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